domingo, 27 de agosto de 2017

Festa da colheita no quilombo Grilo


16 de março de 2016: imissão de posse
Até o ano passado, 2016, quem tinha a coragem de subir a serra do quilombo Grilo, tinha a sorte de enxergar um panorama deslumbrante. Não era a mesma emoção para os quilombolas moradores do lugar porque um panorama pode ser bonito, mas triste porque não dá para encher a barriga.
A falta de terra para lavoura era uma das maiores causas da precariedade da vida da comunidade e que obrigava muitos adultos a emigrar para as grandes cidades em busca do sustento da família. Finalmente, depois de muitos anos de luta e resistência, no dia 16 de março de 2016 o INCRA imitiu na posse do território a comunidade quilombola. Quase de repente a situação mudou e a terra cultivada com garra e carinho voltou a ser generosa e cheia de vida, com o encanto que acontece proporcionado pelas boas chuvas abundantes depois de dura estiagem. Mas o inverno foi curto e se perderam as lavouras e a seca quase levou consigo a emoção da terra conquistada.

A terra inculta antes da imissão de posse

As primeiras lavouras
Mas este ano o milagre aconteceu.
A teimosia dos quilombolas foi premiada por uma temporada generosa de chuva e a colheita foi extraordinária. Domingo 27 de agosto, no Grilo, foi grande a festa da colheita, oferecida para a comunidade e os amigos e amigas que sempre estiveram presentes nestes anos de luta.
O almoço foi preparado com os produtos dos roçados que rodeiam a comunidade que do alto do lajedo domina a redondeza e deixa emocionados os olhares carinhosos e solidários. Feijão verde, maxixe, quiabo, berinjela, alface, jerimum, abobrinha, milho verde, pamonha, muitos tipos de feijão e muito mais. Tudo trazido pela comunidade e partilhado com os visitantes.
Paquinha, naturalmente, com outros integrantes da comunidade era a anfitriã da festa puxada pelo zabumba da Caiana e os muitos meninos que animam o lugar e o deixa sem sossego. Festa sem pretensões, mas farta de alegria verdadeira, da tradição dos ancestrais que nestas terras derramaram sangue e suor para um dia acontecer a liberdade.








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